Ex-tesoureiro do PT preso avisa que não vai falar de Lula, diz defesa
João Vaccari Neto é o segundo tesoureiro do PT a ser preso. Foto: Felipe Rau/AE |
A defesa do ex-tesoureiro do PT João
Vaccari Neto, condenado por corrupção na Lava Jato, informou à Justiça
Federal no Paraná que vai ficar em silêncio caso tenha que depor no
inquérito que investiga a suspeita de ocultação de patrimônio do
ex-presidente Lula e sua mulher, Marisa Letícia, envolvendo um tríplex
no Guarujá, cidade do litoral paulista.
Como está preso em Curitiba por ordem do juiz Sérgio Moro, da
Operação Lava Jato, o Ministério Público de São Paulo precisa solicitar
ao magistrado autorização para tomar seu depoimento.
A audiência, que seria realizada no Ministério Público do Paraná já
estava marcada para o próximo dia 24, mas foi suspensa após um recurso
do deputado petista Paulo Teixeira contra o promotor paulista Cássio
Conserino, responsável pelo caso, ser acatado pelo Conselho Nacional do
Ministério Público, suspendendo os atos da investigação - inclusive os
depoimentos do ex-presidente Lula e da ex-primeira dama, marcados para a
última terça, 16.
Na petição encaminhada a Moro, a defesa do petista pede que o
depoimento não seja realizado para evitar os custos de deslocamento de
Vaccari, que como está preso precisa ser escoltado pela polícia, já que o
ex-tesoureiro adiantou que vai ficar em silêncio.
Vaccari presidiu a Cooperativa Habitacional dos Bancários de São
Paulo (Bancoop) de 2004 a 2010, período em que a esposa de Lula, Marisa
Letícia, adquiriu cotas do empreendimento da Bancoop no Guarujá. A
cooperativa, contudo, se tornou insolvente e em 2009 o empreendimento
foi repassado para a empreiteira OAS. Além disso, o petista também é réu
na Justiça Federal de São Paulo no processo que aponta desvio de R$ 70
milhões dos cofres da Bancoop durante sua administração.
Segundo divulgou o Instituto Lula, com a transferência para a empresa
a esposa do ex-presidente parou de receber os boletos da cooperativa e
não aderiu ao contrato com a nova incorporadora, e a família decidiu
abrir mão do apartamento e receber de volta o valor que eles investiram.
Na próxima terça-feira, 23, o plenário do CNMP vai analisar a liminar
do conselheiro Valter Shuenquener que acatou parcialmente o pedido de
Paulo Teixeira e suspendeu os depoimentos da investigação. Os promotores
responsáveis pela investigação também afirmaram que vão recorrer da
decisão do conselheiro.
Diário do Poder.
Ex-tesoureiro do PT preso avisa que não vai falar de Lula, diz defesa
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sexta-feira, fevereiro 19, 2016
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