CHANCE DE DILMA RETORNAR AO PODER CRESCE COM PROBLEMAS DE TEMER

O presidente em exercício tem mostrado maior poder de coalização no Congresso.

Reportagem da revista norte-americana Time publicada nesta quinta-feira, 9, faz uma nova previsão da crise política no Brasil. Com o título "Como o aprofundamento da crise no Brasil pode salvar Dilma Rousseff", a Time destaca que uma série de problemas do presidente em exercício Michel Temer podem mudar o cenário político do País novamente.

Para a publicação, o sucesso de Temer vai depender de sua habilidade de tomar medidas duras e melhorar a economia. No entanto, como ressalta a reportagem, relatório divulgado esta semana pelo Banco Mundial prevê que a recessão brasileira pode se estender por um terceiro ano, chegando também a 2017.

O texto cita ainda a saída de dois ministros do gabinete de Temer, por conta dos avanços das investigações da Operação Lava Jato; o pedido de prisão ao Supremo Tribunal Federal (STF) de quatro caciques do PMDB, que inclui o ex-presidente José Sarney; e a frustração de parte da população com seu governo, na medida em que a recessão na economia não dá mostras de melhorar.

A Time destaca que Temer já começou seu governo sendo alvo de críticas ao nomear um ministério formado apenas por homens brancos e ainda incluir em seu gabinete pessoas investigadas por corrupção. Em seguida foi forçado a abandonar os planos de acabar com o Ministério da Cultura. 

A revista norte-americana também traz um lado positivo do peemedebista: o presidente em exercício tem mostrado maior poder de coalização no Congresso, ao contrário de Dilma. "Ainda está para ser visto se ele pode unir os partidos políticos fragmentados para fazer escolhas econômicas difíceis, como as da reforma da previdência." 

Segundo a publicação, Dilma precisa apenas que cinco senadores mudem seus votos para voltar ao comando do Brasil, e alguns membros da casa têm dado declarações de que vão repensar seus votos.

No entanto, a Time ressalta que a petista tem sido alvo de pesadas acusações. O texto cita declarações atribuídas ao empresário Marcelo Odebrecht de que a campanha de reeleição da presidente foi financiada com dinheiro de corrupção, tendo recebido R$ 12 milhões em 2014. Caso as denúncias se comprovem, Dilma pode ter seu mandato cassado pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE).

Diário do Poder.