Empresários investigados por sonegação fiscal atuavam no ramo de medicamentos há 20 anos
O grupo de empresários que foi alvo da Operação Panaceia nesta segunda-feira (21) por prática de sonegação fiscal atuava no ramo de distribuição de medicamentos na Bahia há mais de 20 anos.
Em coletiva à imprensa realizada no fim da manhã, a titular da Inspetoria Fazendária de Investigação e Pesquisa (INFIP), inspetora Sheilla Meirelles, informou que as investigações começaram em 2010, seguindo os rastros da extinta Millenium Farma Distribuidora de Medicamentos LTDA.
“Começou por essa empresa que tinha débito. Observamos que ela alterou o sócio e colocou outros. A gente foi observar a prática de colocar laranjas na empresa para fugir do débito tributário. Começamos a investigação em uma empresa que realmente existiu, mas não opera mais. Trocou o quadro de sócios. O grupo atua há mais de 20 anos no mercado, nesse ramo. A empresa que deixou o primeiro débito foi a Millenium Farma”, explicou.
Conforme destacou a inspetora, ao fazer uso das chamadas “laranjas” ou “testas-de-ferro”, os empresários iam abrindo novas empresas com o dinheiro sonegado e fechando antigas empresas com débitos. Cerca de sete ou oito empresas fazem parte do esquema criminoso. A polícia mantém em sigilo os nomes das outras empresas e das pessoas que estão sendo investigadas.
Novos rumos – O grupo de empresários investigado pela Operação Panaceia, acusado de causar prejuízo de R$ 39 milhões ao Fisco nas esferas estadual e federal, começou a ser investigado em 2010. De lá para cá, uma série de crimes foram cometidos, conforme informou a Polícia Civil.
Ao deflagrar a operação realizada nesta segunda-feira (21), a polícia apreendeu documentos que poderão apontar novos alvos na investigação. Segundo a delegada da Polícia Civil, Márcia Pereira, além da arma apreendida com um empresário em um condomínio de luxo no Itaigara, também foram apreendidos computadores, celulares e uma vasta documentação.
“Com a situação de hoje, nós teremos mais algumas medidas que serão tomadas, representações que serão protocoladas. Com um dos alvos encontramos o que a gente acredita que era um escritório ambulante que ele andava. Uma vasta documentação muito boa para a nossa operação”, afirmou. De acordo com ela, a equipe vai agora analisar os documentos apreendidos, devendo concluir toda a verificação nos próximos 30 dias.
Integrante do Grupo de Atuação Especial de Combate à Sonegação Fiscal do MP (Gaesf), o promotor de Justiça Claudio Jenner Moura Bezerra também participou da coletiva de imprensa desta segunda e comentou sobre a operação.
“O objetivo foi complementar a investigação contra a prática de sonegação fiscal, lavagem de dinheiro e associação criminosa em um grupo com distribuição de medicamentos em Salvador e região metropolitana. Provocou um prejuízo grande. Não é só sonegação, mas associação criminosa e prejuízo à livre concorrência. É importante combater esse crime, que atinge um número indeterminado de pessoas. Foi uma investigação muito profícua até então”, disse.
A Operação Panaceia contou ainda com integrantes da Delegacia de Crimes Econômicos e Contra a Administração Pública (Dececap), por meio da Coordenação Especializada de Combate à Corrupção e Lavagem de Dinheiro (Ceccor) da Polícia Civil.
Empresários investigados por sonegação fiscal atuavam no ramo de medicamentos há 20 anos
Reviewed by Redação
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segunda-feira, junho 21, 2021
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