Auxiliar de enfermagem que fingiu aplicar vacina contra Covid-19 em idoso é condenada

Uma auxiliar de enfermagem foi condenada por improbidade administrativa após ter fingido aplicar a vacina contra a Covid-19 em um idoso, na cidade de Votuporanga, em São Paulo. A auxiliar foi demitida por justa causa, após o caso vir a público em março de 2021.

A decisão é do juiz Reinaldo Moura de Souza, da 1.ª Vara Cível da Comarca de Votuporanga, para quem a funcionária foi ‘negligente e imprudente’. Ele determinou que o pagamento de multa correspondente a duas vezes o valor da última remuneração, a suspensão dos direitos políticos por três anos e a proibição de contratar ou receber incentivos do Poder Público pelo mesmo período. Cabe recurso da sentença.

“Veja-se que em meio à pandemia da Covid-19, diante de inúmeras mortes e do caos na saúde pública, o que levou toda a população ao anseio desesperado pela vacinação, que se mostrava naquele momento o meio mais eficaz de combate, a requerida, deliberadamente, aplicou “ar” no braço do idoso, frustrando toda sua expectativa de imunização e em total infração aos seus deveres. Este tipo de conduta é desprezível, censurável e jamais pode ser aceita pelo cidadão pagador de impostos, tampouco pode ser tolerada pela administração pública”, diz um trecho da decisão.

A condenação foi imposta em uma ação civil movida pelo Ministério Público de São Paulo (MP-SP). O órgão disse que a auxiliar de enfermagem desviou a dose da vacina e pediu que fosse imposta uma multa de R$ 50 mil por danos morais coletivos.

A funcionária negou ter agido com intenção e alegou que a gravação, feita pela família da vítima, foi ‘clandestina’ e não poderia ser usada como prova.