Ex-CEO da Abercrombie é preso por tráfico sexual de modelos e abuso

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Mike Jeffries, ex-CEO da marca de roupas Abercrombie & Fitch, foi preso nesta terça-feira (22) e enfrentará acusações de agressão sexual e tráfico de modelos masculinos em eventos por todo o mundo, de acordo com informações divulgadas pela Promotoria do Tribunal Federal de Nova York.

Segundo informações do jornal Folha de S.Paulo, Jeffries e seu parceiro Matthew Smith foram detidos na Flórida, nos Estados Unidos (EUA), enquanto James Jacobson foi preso em Wisconsin. O ex-CEO e seu parceiro terão de comparecer a um tribunal federal em West Palm Beach, e Jacobson será ouvido em uma corte em Minnesota.

Segundo a emissora de televisão CNN, entre dezembro de 2008 e março de 2015, Jeffries e seus dois cúmplices participaram de uma quadrilha de tráfico sexual na qual recrutavam aspirantes a modelos masculinos, os atraíam para festas, forneciam-lhes drogas e os forçavam a fazer sexo.

“As prisões de hoje são monumentais para os aspirantes a modelos masculinos que foram vítimas destes indivíduos”, afirmou Brittany Henderson, advogada do escritório de advocacia Edwards Henderson, que representa as vítimas dos supostos crimes.

“A sua luta por justiça não termina aqui. Esperamos responsabilizar a Abercrombie and Fitch por facilitar esta conduta terrível, e garantir que isso não aconteça novamente”, disse a advogada em nota enviada à agência de notícias AFP.

O advogado de Jeffries, Brian Bieber, se negou a comentar sobre as acusações contra o seu cliente, mas disse ao jornal The New York Times que a equipe de defesa deve se pronunciar no “momento apropriado” no tribunal.

O caso teve origem em uma investigação da BBC de 2023, “The Abercrombie Guys: The Dark Side of Cool”, na qual vários homens falaram sobre a assinatura de acordos de confidencialidade para eventos sexuais supostamente dirigidos por Jeffries.

Na época da denúncia, os autores do processo contra o ex-CEO acusaram a Abercrombie & Fitch de ser cúmplica nos crimes cometidos por Jeffries, pois teria, segundo as vítimas, ignorado as denúncias feitas contra o ex-CEO. Um porta-voz da varejista foi procurado pelo jornal The New York Times, mas se recusou a comentar sobre o processo e a prisão de Jeffries.

Anteriormente, a Abercrombie & Fitch afirmou estar “horrorizada e enojada” com as denúncias sobre o comportamento de Jeffries e que tem “tolerância zero para abuso, assédio ou discriminação de qualquer tipo”.

Jeffries deixou a Abercrombie em 2014 depois de receber US$ 25 milhões (cerca de R$ 66 milhões na cotação da época) em indenização, de acordo com documentos corporativos.