“Você não vai controlar Salvador com um policial em cada esquina”, diz senador

Foto: Alberto Maraux

O senador Jaques Wagner foi entrevistado nesta sexta-feira (10) pela CNN e abordou o tema da segurança pública no Brasil. Durante a conversa, ele destacou que o governo federal, sob a liderança do ministro Ricardo Lewandowski, está empenhado em promover avanços significativos na área, apesar das críticas recebidas de governadores das regiões Sul e Sudeste, que defendem medidas mais rígidas.

o senador relembrou sua experiência como governador da Bahia, citando a criação do programa “Pacto pela Vida”, que promovia reuniões mensais com representantes das Polícias Militar e Civil, do Ministério Público e do Judiciário para análise de dados e cobrança de resultados. Ele enfatizou a complexidade de enfrentar o crime organizado, especialmente o tráfico de drogas e armas, que ele considera os principais responsáveis pela insegurança no país.

“A melhor proposta de segurança seria não ter consumo de drogas. Se não houvesse consumidores, o tráfico não sobreviveria”, destacou Wagner, ao explicar que a solução não é simples e exige investimentos em tecnologia, como o uso de câmeras de vigilância e sistemas integrados de informações sobre criminosos e facções.

Geraldo Magela/Agência Senado

O Wagner também destacou que a presença ostensiva de policiais, embora necessária, não é suficiente para resolver o problema: “A colocação de polícia ostensiva ela é importante pra ter o clima, o ambiente de segurança. Mas é humanamente impossível. Você não vai controlar uma cidade como Salvador inteira só com um policial em cada esquina. Por isso que a gente tem que trabalhar e aí nesse sentido a ideia do ministro Lewandowski pra mim é bastante importante, nós precisamos ter uma centralização dos dados sobre os criminosos do Brasil.”

Além disso, ele ressaltou a necessidade de controle das fronteiras, papel que cabe às Forças Armadas e à Polícia Federal, devido à rota de passagem de drogas como a cocaína, que entra no Brasil e segue para a Europa. Para ele, a tecnologia deve complementar a presença policial, como observado em países como a China, onde câmeras de vigilância garantem maior controle das cidades.