Carlinhos Brown celebra 30 anos de história com Arrastão da quarta-feira de cinzas no Carnaval de Salvador

Foto: Lucas Moura/ Secom

O Arrastão da quarta-feira de cinzas, que completa 30 anos de existência em 2025, está confirmado para o Carnaval deste ano com a regência de Carlinhos Brown, criador da tradição.

A novidade foi confirmada pelo Governo da Bahia na noite da segunda-feira (17). Até o momento, Brown é o único artista confirmado no desfile, que encerra a folia baiana com uma festa para o folião que faz o trajeto Barra-Ondina.

Ao colocar o projeto na rua, Brown recebeu críticas da Igreja Católica por "desrespeitar" o período da Quaresma, que tem início após o fim do Carnaval e dura até a Semana Santa.

Na época que criou a festa, Brown afirmou que o intuito do arrastão era possibilitar que as pessoas que trabalhassem no carnaval pudessem curtir depois da festa.

"Levei da igreja, todo ano o Dom Lucas brigava comigo, 'não pode, isso é campanha da fraternidade', até que um dia eu fui lá, conversando com eles, e falei 'a campanha da fraternidade não é para evidenciar, um cuidado com a pobreza, com os necessitados, vamos fazer tudo isso uma campanha dos necessitados'", disse o artista em uma entrevista coletiva, afirmando que depois da conversa parou de "brigar" com a igreja.

Ao longo dos anos, diversos artistas aderiram ao evento, entre elas Ivete Sangalo, Daniela Mercury, Claudia Leitte, Caetano Veloso, Gilberto Gil, Psirico, Alinne Rosa, e até artistas de fora, como Fafá de Belém e a bateria da escola de samba Mangueira.

Em 2019, um projeto de lei apresentado por Henrique Carballal (PV), tentou impedir a realização da festa. Na justificativa, o edil criticou justamente a falta de respeito com a religião católica ao realizar o evento em um período de resguardo.

"Invadir a quarta-feira de cinza é uma negação do carnaval, pois o carnaval é uma festa que segue o calendário católico. Já tem as festas de largo antes, furdunço, fuzuê. Invadir a quarta-feira de cinzas é uma afronta para quem quer cultuar o início da quaresma. O projeto atende uma demanda dos católicos."

O projeto de lei chegou a ser aprovado com 38 votos a favor, 2 contra e 1 abstenção, e previa multa de R$ 500 mil em caso de descumprimento. Na época, o prefeito ACM Neto se posicionou contra e dois meses depois vetou o PL.

Desde 2018, Léo Santana tem sido um dos grandes destaques da festa. Além do pagodeiro, Danniel Vieira também puxa um trio.

Bahia Notícias

Neste ano, a Prefeitura de Salvador afirmou ao Bahia Notícias, por meio do presidente da empresa pública Salvador Turismo (Saltur), Isaac Edington, que terá uma conversa para incluir Bell Marques na programação do Arrastão, após o veterano afirmar que não participaria da festa.

"Vou ligar para Leo Ferreira para a gente conversar e descobrir o que foi que houve. Brincadeiras a parte, se Bell tomou essa decisão, se isso já for a decisão final, a gente tem que respeitar. Aliás, se há uma pessoa que tem todo direito de não ir ao Arrastão é Bell porque o sujeito toca 9 vezes no Carnaval, não existe isso em nenhum lugar do mundo."